Blog WoodFlow Do campo ao porto: o passo a passo de uma exportação florestal
02 de dezembro de 2025
Exportar madeira vai muito além de ter o produto pronto para venda. Para chegar ao embarque, o exportador precisa seguir uma série de etapas que envolvem desde a legalidade da origem da madeira até o cumprimento das exigências logísticas, fiscais e sanitárias. Neste post, explicamos de forma simples como funciona esse caminho: da colheita até o contêiner.
Tudo começa no campo. A matéria-prima precisa ser proveniente de áreas legais, com documentação que comprove a origem da madeira, especialmente em tempos de EUDR e de rastreabilidade obrigatória. No caso de florestas plantadas, isso inclui o georreferenciamento das áreas, o CAR (Cadastro Ambiental Rural), licenças ambientais e autorizações de colheita.
Além disso, empresas com planos de manejo sustentável devem apresentar seus registros junto aos órgãos competentes (como IBAMA ou órgãos estaduais). Toda essa etapa deve ser documentada com rigor, pois será exigida no processo de due diligence.
Após a colheita, a madeira segue para o beneficiamento: serrarias, fábricas de compensado, linhas de secagem, molduras, pisos ou outros produtos processados. Cada elo da cadeia precisa estar documentado com notas fiscais, registros de transporte, laudos técnicos e rastreabilidade entre matéria-prima e produto final.
Se o produto passar por múltiplas transformações, será necessário manter os vínculos de origem claros, com documentos que comprovem de qual área cada lote se originou e qual o destino após o beneficiamento.
Antes de iniciar o processo logístico, é necessário reunir uma série de documentos obrigatórios para a exportação. Entre os principais estão:
Nota fiscal de exportação;
Registro de exportação no SISCOMEX;
Fatura comercial (Invoice);
Packing list;
Certificado fitossanitário (para produtos de madeira não tratada, pallets, etc.);
Certificados de origem (quando exigido pelo país importador ou por acordos comerciais);
Declarações adicionais (como o Documento de Due Diligence do EUDR, quando aplicável).
Também é comum que compradores internacionais exijam laudos técnicos de qualidade, fotografias dos lotes e provas de rastreabilidade.
Com a carga pronta e os documentos em mãos, inicia-se o processo logístico: reserva de espaço em navio (booking), carregamento do contêiner e transporte até o porto. Nesse momento, o exportador também deve acompanhar a emissão dos documentos de transporte, como o Conhecimento de Embarque (BL – Bill of Lading) e o despacho aduaneiro.
O despacho inclui a conferência de documentos pela Receita Federal e órgãos anuentes, como o MAPA (Ministério da Agricultura), que emite autorizações para embarque conforme o tipo de produto. Produtos de madeira serrada, por exemplo, passam por inspeção específica.
Com tudo aprovado, o contêiner é embarcado e parte rumo ao país de destino. O exportador, nesse momento, deve acompanhar a liberação do BL e enviar ao importador toda a documentação final, incluindo a invoice, packing list, BL original e demais certificados exigidos.
O pós-venda também faz parte do processo: responder dúvidas do comprador, fornecer laudos adicionais (se solicitados) e manter o relacionamento para futuras negociações.