Blog WoodFlow Exportação de produtos madeireiros mantém mesmo patamar de 2023
02 de dezembro de 2024
Em conversa durante o Podcast WoodFlow, executivo da STCP trouxe números e perspectivas para o último mês do ano.
O valor pago pelos madeireiros exportados até outubro de 2024 se manteve estável quando comparado ao mesmo período do ano passado. Entretanto, na análise isolada de alguns grupos de produtos, é possível notar crescimento acima de 13%, que é o caso do compensado de Pinus, por exemplo.
Os dados foram apresentados durante o décimo primeiro episódio do Podcast WoodFlow pelo Head de Desenvolvimento Estratégico da STCP, Marcelo Wiecheteck. Neste episódio, Gustavo Milazzo, CEO da WoodFlow, também recebeu a Gerente Industrial e Florestal da Imaribo, Mariza Marcon para uma conversa interessante sobre o futuro das serrarias no Brasil.
O que esperar das exportações de madeira de 2024? Durante a conversa, Marcelo explicou que os números não devem ficar muito diferentes dos do ano passado. “Começamos 2024 com uma grande expectativa, já que 2023 não foi um ano bom, se comparado ao período da pandemia. Se pegar o grande número, os principais produtos madeireiros do brasil, eles estão somando aí cerca de 2.8 bilhões de dólares exportados [até outubro]. O que está 1% acima, ou seja, totalmente mantido igual período do ano passado", destacou Marcelo. Entre os motivos dessa estagnação está a dificuldade logística do Brasil, que, na opinião dos entrevistados, tem diminuído a competitividade do Brasil, devido às incertezas de embarques e consequente falta de regularidade na oferta para compradores de outros países.
Tentando driblar o desaquecimento das exportações de madeira, Mariza destacou que desde meados de 2022, quando o mercado externo deixou de consumir tanta madeira serrada de pinus, a Imaribo adotou uma nova estratégia de vendas, dividindo entre 50% para mercado interno e a outra metade para o externo.
“Mas esse mercado interno que nós atendemos, o seu cliente final é a exportação, que são móveis e molduras. Infelizmente, aqui no brasil a gente ainda não tem essa cultura do uso do móvel de madeira maciça de pinus. No exterior é cultural. Eles preferem, tanto nos Estados Unidos, quanto na Europa e tem um vasto mercado lá fora e é isso que é explorado", apontou Mariza.
Essa dinâmica adotada pela Imaribo é também a estratégia de outras empresas. Os números de mercado mostram que mais da metade da madeira serrada de pinus produzida no Brasil fica no mercado interno. Porém, Marcelo destaca que por mais que essa madeira serrada tenha o primeiro mercado interno, depois de beneficiada, como móvel ou moldura, ela é exportada.
“Os grandes números mostram que o Brasil produz cerca de 8,2 milhões de metros cúbicos de madeira serrada de pinus e a maior parte fica no mercado brasileiro para, na sequência, uma exportação de produtos de maior valor agregado. Em números de 2023, trata-se de 5,6m3 de serrado do pinus para o mercado interno e 2,6m3 para a exportação", acrescentou.
Quando se fala de serrarias no Brasil, ainda é possível encontrar no imaginário popular as estruturas rústicas com aquelas serras circulares e que produziam especificamente com tábuas. Mas com a evolução da tecnologia e sobretudo da exigência do mercado externo por produtos de maior qualidade, o mercado evoluiu.
“Eu acredito que a indústria ficou estagnada por alguns anos, mas ela está voltando. Há um forte apelo para a reestruturação, tanto tecnologicamente, quanto de qualidade de seus produtos. Muitas serrarias que a gente conhece aqui do brasil já têm uma tecnologia de ponta, mesmo tendo que buscar máquinas e equipamentos fora", apontou Mariza.
Ela ainda destaca que até mesmo os fabricantes de equipamentos brasileiros estão se desenvolvendo tecnologicamente e complementa: “eu vejo as fábricas de móveis com muita tecnologia, as máquinas de moldura com processos muito automatizados, de qualidade excepcional. Porque essas indústrias exportam tanto Estados Unidos quanto para Europa que são destinos que têm um nível de exigência muito alto. Nós temos muita gente boa e muitas indústrias boas", destacou.
O futuro das serrarias passa, principalmente, pela evolução tecnológica, com o objetivo de minimizar perdas e aumentar o aproveitamento das toras. E, na opinião da executiva industrial da Imaribo, a sobrevivência se dá na capacidade de agregar valor ao seu produto final. “Na minha opinião, precisamos buscar formas de oferecer ao mercado produtos de maior qualidade e maior valor agregado", finalizou.
O Podcast WoodFlow é uma iniciativa da startup de exportação de madeira WoodFlow, e visa debater, uma vez ao mês, sobre o mercado de madeira. O CEO da WoodFlow, Gustavo Milazzo conduz as entrevistas sempre retratando o cenário e o futuro da madeira. O Podcast WoodFlow é o primeiro do país a debater temas do mercado madeireiro e pode ser acessado diretamente no youtube ou nas plataformas de streaming de áudio.
11 de novembro de 2024