11 de novembro de 2025
Nos últimos três meses, os preços dos fretes marítimos para contêineres caíram bastante, mas mostram sinais de leve recuperação. Um índice internacional de referência — o World Container Index (WCI) da Drewry — atingiu cerca de US$ 1.822 por contêiner de 40 pés (FEU) no fim de outubro, marcando uma alta de 4% após várias semanas em queda. Essa oscilação foi impulsionada pelas taxas adicionais anunciadas pelas companhias de navegação no começo do mês, conhecidas como GRIs (sigla em inglês para General Rate Increase), ou seja, aumentos gerais de tarifa aplicados periodicamente pelos armadores.
Para exportadores do Brasil, é importante observar que as saídas da América do Sul em direção aos Estados Unidos, Europa e Ásia não possuem índices públicos específicos, mas seguem a tendência global. Segundo relatório da Xeneta, de 15 de outubro de 2025, houve retomada dos preços no final do mês. Rotas da Ásia para a Costa Oeste dos EUA passaram de cerca de US$ 1.653 por contêiner no começo de outubro para US$ 2.044 na metade do mês; já na rota Ásia–Europa, os valores subiram de US$ 1.896 para US$ 1.976. Esse movimento reflete que, mesmo sem uma forte retomada da demanda, os armadores estão reajustando suas tarifas para equilibrar custos e capacidade.
No caso das empresas madeireiras brasileiras que embarcam para os EUA ou Europa, a boa notícia é que os valores haviam caído bastante entre agosto e meados de outubro, abrindo uma janela de contratação com tarifas mais favoráveis. A ressalva é que essas janelas tendem a ser curtas: os GRIs aplicados no início do mês e os ajustes de custo nos portos podem puxar os preços para cima rapidamente. Por isso, manter atenção ao mercado e revisar cotações com frequência é essencial.
Em resumo, o cenário atual exige estratégia. Aproveite o patamar mais baixo para revisar suas negociações, mas mantenha-se atento, pois o mercado pode reagir rapidamente. Para se manter competitivo, as empresas de madeira devem monitorar os sinais de alta, planejar embarques com antecedência e avaliar se vale mais a pena fixar tarifa anual ou negociar por spot.
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