Blog WoodFlow Exportações de madeira recuam em agosto sob impacto das tarifas
11 de setembro de 2025
As exportações brasileiras de produtos madeireiros registraram queda em agosto de 2025. Segundo dados do portal ComexStat, o volume exportado foi de 442,6 mil toneladas, recuo de 25% em relação a julho e de 5% frente a agosto de 2024. Em termos de valor, o faturamento caiu para US$ 106,9 milhões, uma queda de 29% no comparativo mensal e de 14% na comparação anual. O resultado confirma o efeito direto das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre a madeira brasileira, que têm reduzido a competitividade e diminuído a demanda.
Fonte: WoodFlow, com dados ComexStat
O impacto é visível especialmente nos dois principais produtos destinados ao mercado americano. No caso do serrado de pinus, o valor exportado aos EUA despencou de US$ 26,6 milhões em julho para US$ 13,9 milhões em agosto, retração de 47,5%. Já o compensado de pinus também sofreu forte redução: caiu de US$ 22,1 milhões para US$ 14 milhões no mesmo período, o que representa uma queda de 36%. Esses números reforçam como as tarifas norte-americanas vêm desestimulando as compras, atingindo diretamente o desempenho do setor exportador brasileiro.
Na composição da pauta exportadora de agosto, serrado de pinus e compensado de pinus continuam como líderes absolutos, respondendo juntos por mais de 70% do valor total exportado. Cada um deles movimentou aproximadamente US$ 42,7 milhões e US$ 42,8 milhões, respectivamente, mostrando que, apesar da retração, esses produtos seguem sustentando a base da receita do setor.
Em termos de volume, o cenário é semelhante. O serrado de pinus representou 43% do total embarcado, seguido pelo compensado de pinus, com 31%. A tora de eucalipto também teve participação significativa, respondendo por 15% do volume exportado. Produtos como compensado de eucalipto, serrado tropical e tora de teca mantêm presença menor, mas ajudam a diversificar a pauta.
Para além da pressão dos Estados Unidos, o setor enfrenta outras barreiras importantes. A União Europeia abriu uma investigação antidumping contra o compensado de pinus brasileiro, aumentando a incerteza quanto ao acesso ao mercado europeu, segundo destino mais relevante para a madeira nacional.
De acordo com Gustavo Milazzo, CEO da WoodFlow, a combinação desses fatores exige ação coordenada: “Estamos diante de um cenário desafiador, no qual os exportadores brasileiros são pressionados pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos e, ao mesmo tempo, pela investigação antidumping na Europa. O setor precisa unir forças para defender seus interesses e garantir a manutenção de mercados estratégicos, preservando empregos e investimentos da nossa cadeia florestal.”, concluiu.
02 de setembro de 2025