Blog WoodFlow Exportações de madeira recuam em setembro, mas o setor volta a ter sinais de esperança
07 de outubro de 2025
As exportações brasileiras de produtos madeireiros encerraram setembro de 2025 em queda de 6% em volume na comparação com agosto, uma retração de 34% em relação a setembro de 2024. O resultado mantém o ritmo de desaceleração observado desde julho, quando começaram a valer as novas tarifas norte-americanas sobre produtos de madeira brasileiros.
Em termos de valor, houve uma leve recuperação mensal de 6%, totalizando US$ 113 milhões em setembro. Ainda assim, o montante permanece 22% abaixo do registrado no mesmo mês do ano passado, refletindo a combinação de menores volumes embarcados e preços internacionais pressionados.
fonte: WoodFlow, com dados ComexStat
O impacto mais severo segue vindo do mercado dos Estados Unidos, destino central da madeira brasileira. A madeira serrada de pinus caiu 77% em valor na comparação entre agosto e setembro e já acumula retração superior a 120% desde julho. O compensado de pinus também apresentou queda de 18% entre agosto e setembro somada à queda de 47,6% entre julho e agosto.
Apesar do cenário adverso, o mercado voltou a ganhar tom mais otimista após a ligação entre Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva, ocorrida na segunda-feira (6/10). A conversa entre os dois presidentes sinaliza a possibilidade de um entendimento comercial que reduza as tensões tarifárias e restabeleça parte da competitividade da madeira brasileira no mercado norte-americano.
Antidumping na Europa
Nesta terça-feira (7/10), a Comissão Europeia publicou o pre-disclosure do processo antidumping contra o compensado de softwood brasileiro, propondo direitos provisórios de 6,2% para a maior parte das empresas e 0% para a Nereu Rodrigues & Cia Ltda, resultado que trouxe alívio parcial ao setor, diante da expectativa de medidas mais severas.
Com o avanço das negociações bilaterais e a sinalização europeia de uma aplicação moderada das medidas antidumping, a expectativa é de que o último trimestre de 2025 traga maior estabilidade para o setor, com perspectivas de retomada gradual nas exportações e de reabertura de mercados estratégicos para a madeira brasileira.