Pressão no frete marítimo global: como enfrentar 2025?

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08 de maio de 2025

Pressão no frete marítimo global: como enfrentar 2025?

Nos últimos dois meses, o cenário do frete marítimo tem sido marcado por instabilidade, exigindo atenção redobrada por parte de exportadores e importadores ao redor do mundo. Segundo relatório da C.H. Robinson, um dos maiores operadores logísticos globais, as transportadoras reduziram a capacidade de embarque nas rotas Ásia-EUA e Ásia-Europa após a queda sazonal na demanda provocada pelo Ano Novo Lunar. Essa redução gerou um aumento temporário nas tarifas, embora especialistas considerem insustentável essa alta no longo prazo diante da retomada ainda lenta do comércio asiático.

Guerra comercial, conflitos e rotas congestionadas 

Um fator que agravou o cenário global foi o aprofundamento da guerra comercial entre China e Estados Unidos. Conforme publicado pelo portal Exame, as novas tarifas impostas pelos EUA sobre produtos chineses derrubaram o volume de embarques entre os dois países. Estima-se que a queda nas remessas tenha variado entre 30% e 60%, pressionando o mercado e provocando uma redução acumulada de 44% no índice de frete SCFI em 2025 (exame.com).

Outro elemento que tem impactado diretamente os prazos e os custos logísticos é o desvio de rotas por causa da insegurança no Mar Vermelho. Em resposta aos conflitos na região, diversas companhias marítimas passaram a navegar pelo Cabo da Boa Esperança — trajeto mais longo e custoso. Isso resultou em congestionamentos nos principais portos da Europa, como Roterdã e Hamburgo, além de atrasos significativos em portos brasileiros, como Rio Grande e Navegantes, conforme apontado pelo relatório da C.H. Robinson.

Situação crítica nos portos brasileiros

No Brasil, a situação nos portos é de alerta. Os terminais do sul e sudeste operaram com mais de 80% da capacidade, enfrentando gargalos tanto para retirada quanto para devolução de contêineres vazios. De acordo com a C.H. Robinson, esse cenário tem encarecido a operação e comprometido a eficiência de muitas cadeias logísticas. Além disso, atrasos em portos intermediários no Caribe têm impactado o cronograma de escalas de transportadoras que atuam com transbordos para a América do Sul.

O que as empresas podem fazer

Diante de tanta instabilidade, a recomendação de especialistas é que as empresas redobrem o planejamento. Entre as estratégias sugeridas estão a diversificação de fornecedores, a avaliação de modais alternativos, o uso de cargas LCL (menores que o contêiner completo) e o fortalecimento das parcerias com operadores logísticos confiáveis. Como destacou a C.H. Robinson, prever a demanda de forma precisa e antecipar-se aos gargalos logísticos pode ser decisivo para manter margens saudáveis e garantir entregas dentro do prazo — mesmo em um cenário global cada vez mais desafiador.


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