Os fretes marítimos têm apresentado uma tendência de queda desde janeiro. Um levantamento feito pela WoodFlow mostrou que, para o mês de março, os preços do contêiner de 40 pés estavam em torno de USD 2750 para Costa Leste dos EUA, USD 550 para Ásia e até USD 850 para Europa. 

“Com o valor dos fretes caindo, a tendência é de que a madeira brasileira ganhe mais competitividade no cenário internacional.", disse Gustavo Milazzo, CEO da WoodFlow. 

Com os valores dos fretes spot caindo, os contratos de longo prazo também têm tido alterações. A empresa Xeneta divulgou um estudo internacional que mostra que a negociação de contratos de fretes de longo prazo tem ganhado novas perspectivas. O estudo aponta que o cessar-fogo no Oriente Médio trouxe esperanças de um retorno em grande escala dos navios porta-contêineres ao Mar Vermelho. Caso isso venha a acontecer, espera-se que os preços dos fretes caiam ainda mais. 

Então, mesmo que as taxas ainda estejam acima da média (142% no trajeto Extremo Oriente-Costa Leste dos EUA, 100% para a Europa do Norte e 135% para o Mediterrâneo), as conversas entre transportadoras e embarcadores têm ganhado pontos de atenção. Se, por um lado, os transportadores querem garantir contratos de longo termo para se blindar das oscilações; por outro há os embarcadores que estão de olho na queda dos preços e pensando em diminuir o prazo dos contratos para conter custos.

“Apesar dessa tendência de queda, nós ainda enfrentamos dificuldades nos embarques por aqui, no Brasil. Custos de armazenagem e taxas extras por atrasos de navios tem preocupado as empresas exportadoras de madeira. Precisamos ter mais clareza de custos para manter nosso produto competitivo", apontou Gustavo.